Comitiva de Direitos Humanos virá a Santa Catarina para ouvir vítimas, autoridades e especialistas, afirma Mônica Bérgamo, da Folha

Blumenau estará na rota de uma comitiva do Conselho Nacional de Direitos Humanos por conta das células neonazistas que atuam na cidade. Os números despertaram a atenção do órgão, que é vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. As informações foram publicadas pela jornalista Mônica Bérgamo, da Folha de São Paulo.

De acordo com a publicação, o grupo virá a Santa Catarina em abril, entre os dias 9 e 12. O motivo seria o suposto aumento de células neonazistas no Estado. Para investigar a questão, a equipe ouvirá possíveis vítimas, autoridades e especialistas. Ao final, um relatório será feito.

Blumenau será uma das cidades visitadas. Um levantamento da antropóloga e especialista no tema Adriana Dias mostrou que o município de quase 365 mil habitantes tem 63 células neonazistas. A capital paulista, com 12 milhões de moradores, tem 96.

Essa desproporção nas quantidades chama a atenção do Conselho, que quer entender o que ocorre na região. A colunista também contou que a viagem surgiu a partir de uma representação enviada pela Associação Brasileira de Imprensa pedindo a abertura de uma investigação sobre o aumento de atividades e células neonazistas no Brasil.

Santa Catarina registra uma série de casos envolvendo neonazismo. Em 2022, uma pesquisa de Adriana Dias — que faleceu em 2023 — expôs um aumento de 158% no número de grupos. A situação gerou preocupação internacional. O jornal britânico The Times publicou no ano passado uma reportagem sobre a questão.

O texto, do repórter Stephen Gibbs, citou a operação policial em novembro de 2022, em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, quando foram presos integrantes de um grupo de supremacistas brancos chamado Hammerskin, que nasceu nos EUA e tem ramificações em outros países.

Também no ano passado, o jornal inglês Financial Times trouxe o cenário do Sul do Brasil, focando em episódios catarinenses.

NSC Total

Por: Bianca Bertoli