Depois de 18 meses consecutivos de alta, o preço do café finalmente caiu em julho. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), ficou 1,01% mais barata no mês, marcando a primeira queda desde dezembro de 2023.

O recuo, no entanto, representa apenas uma fração do que o consumidor acumulou de aumento no último ano. Em 12 meses, o café subiu 70,51%, segundo o IBGE. Dados da Associação Brasileira de Café (Abic) mostram que o quilo passou de R$ 34,46 em junho de 2024 para R$ 66,70 em junho de 2025.

Em 12 meses, o café acumulou uma alta de 70,51%, enquanto a queda registrada em julho de 2025 foi de apenas 1,01%, o que representa cerca de 1,43% de todo o aumento do período, um recuo tímido diante da disparada recente e que pouco alivia o peso no bolso do consumidor.

Ou seja, mesmo com a redução, o preço segue perto do dobro do registrado no ano passado. O consumidor sente pouco no bolso, e o alívio é mais simbólico do que real.

Economistas apontam que o recuo está ligado ao avanço da colheita no país, que começou em março e segue até setembro, com pico em junho e julho. O impacto do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro, em vigor desde 6 de agosto, ainda não aparece nas estatísticas de preços e não deve provocar mudanças imediatas para o mercado interno.

Para o consumidor, a expectativa é de que o movimento de queda seja gradual e dependa da oferta ao longo do ano. Especialistas lembram que, por ser uma cultura de colheita anual, qualquer mudança na produção leva meses para se refletir no preço final.